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Tratamento da Balanopostite

A balanopostite é uma causa frequente de queixa urológica no pronto-socorro de Pediatria. Você trata com as medicações mais eficientes? Abaixo um resumo baseado nos artigos de maior relevância sobre o tema.

Destaques
  • Originalmente publicado em 25 de novembro de 2016. Atualizado em 01 de novembro de 2018 com novo layout (o texto se manteve igual).
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Apesar da grande maioria dos casos de balanopostite ter origem irritativa (não infecciosa), existem também as causas bacterianas, virais e fúngicas. Algumas etiologias, em crianças não sexualmente ativas, nos obrigam a pensar na hipótese de abuso. Para mais informações sobre o assunto, veja o post linkado logo abaixo.

Veja também

Balanopostite — Como Definir?

 

SINTOMAS DA BALANOPOSTITE

Os sintomas mais comuns são:

eritema secreção peniana
disúria fissuras
dor local pápulas
prurido genital pústulas
ardor placas esbranquiçadas [1,2].

 

ETIOLOGIA

Para o correto tratamento, precisamos conhecer a etiologia. Algumas características clínicas e exames complementares nos ajudam a diferenciar as etiologias infecciosas:

  • S. pyogenes – superfície vermelha viva, transudato ou exsudato sobre o prepúcio.
  • C. albicans – eritema generalizado, fissuras, pápulas com erosão e secreção esbranquiçada, podem ser encontradas lesões satélites [3]. Geralmente  é necessária a realização de cultura em adolescentes e adultos para confirmação diagnóstica [4].
  • Anaeróbios – erosões superficiais, edema prepucial, odor fétido e adenite inguinal [5].
  • C. trachomatis e N. gonorrhoeae – ocasiona uretrite, diagnosticada pela ordenha da uretra com saída de secreção [2].

Pacientes sexualmente ativos, com úlceras ativas ou drenagem uretral, devem ser investigados para doenças sexualmente transmissíveis. A presença destas alterações em crianças e adolescentes nos obriga a investigar abuso sexual.

 

TRATAMENTO da Balanopostite

Existem poucos estudos randomizados e controlados que avaliam o tratamento da balanopostite. Assim, a maioria das recomendações terapêuticas é baseada em consensos, relatos de casos e opiniões dos especialistas.

 

Balanopostite Irritativa Inespecífica

  • Banhos com solução salina (antisséptica) – imersão do pênis em água morna contendo uma solução de sal fraca, 2 a 3 vezes ao dia, até a resolução. O permanganato de potássio (100mg : 4L de água), por suas propriedades antissépticas, anti-inflamatórias e adstringentes de superfícies exsudativas, tem sido utilizado de 2 a 4 vezes ao dia, apesar de existirem poucos estudos. Limpeza com solução de 3 sulfatos (zinco, cobre e alumínio-potássio) foi mais eficaz que a utilização somente de água [6].
  • Higienização adequada – reforçar limpeza com água. Quando prepúcio edemaciado ou fimose não estiver permitindo exposição da glande, pode ser necessário a colocação de uma sonda no orifício prepucial para auxiliar na limpeza [1].
  • Evitar irritantes –  orientar evitar sabão, óleos e talco para limpeza sob o prepúcio.  A maioria dos sabões tem poder irritativo, principalmente se há enxague inadequado.
  • Evitar contato com fatores precipitantes identificados – sabonete, látex, espermicida, lubrificantes, preservativos, entre outros.
  • Pomada antibiótica – aplicação empírica de Bacitracina 4 vezes ao dia ou Mupirocina 2 vezes ao dia reduz a disúria e impede a balanopostite bacteriana secundária [7]. Seu uso não deve ser rotineiro para esta etiologia. As pomadas que contém Neomicina podem causar dermatite de contato e devem ser evitadas [1].
  • Corticóides tópicos – creme de hidrocortisona 0,5% – 1%, 2 vezes ao dia, por 1 semana pode ser aplicado com parcimônia. São contra-indicados em infecções não tratadas ou para profilaxia.

 

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Dr. Breno Montenegro Nery

Médico pediatra especializado em medicina intensiva pediátrica, com graduação pela Universidade Federal de Pernambuco e especialização pela Unicamp.
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