O uso da Realidade Virtual no tratamento de crianças com câncer
Tecnologia de realidade virtual promove entretenimento e bem-estar entre os pacientes pediátricos internados, auxiliando na redução da tensão e do sofrimento.
- Conteúdo divulgado em parceria com o SECAD
Técnica inovadora, a tecnologia de VR possibilita a imersão completa do paciente num ambiente com visão tridimensional e com interação por meio da movimentação – o que torna a experiência extremamente real.
Com uso de óculos 3D, capacetes, luvas e controle remoto, a criança é levada a agir, sentir e se movimentar no ambiente virtual.
Exemplo disso é o projeto de voluntariado Alegria Virtual, de São Paulo. A iniciativa utiliza VR como uma ferramenta terapêutica em clínicas e hospitais que tratam de pacientes com câncer. Durante as sessões, as crianças utilizam óculos 3D que exibem vídeos em 360°, permitindo a elas acessar um universo de imagens fantásticas, que despertam a imaginação e tornam o ambiente hospitalar menos pesado.
REALIDADE VIRTUAL COMO COADJUVANTE NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO
Nas sessões realizadas pelo projeto Alegria Virtual, as crianças brincam com vídeos hiper-realistas que simulam passeios por montanhas-russas, oceanos repletos de peixes e montanhas de neve. Mas a realidade virtual não é apenas diversão.
No jogo A Sociedade dos Amigos Imaginários (The Imaginary Friends Society, em inglês), pacientes em tratamento oncológico recebem informação sobre o câncer de forma descontraída. O projeto foi criado nos Estados Unidos pela Fundação Pediátrica de Tumor Cerebral depois que uma pesquisa apontou a ansiedade como o maior problema das crianças com câncer.
Iniciativas como essas não apenas levam alegria à rotina das crianças, mas também impulsionam o próprio tratamento. A descontração provocada pelas sessões de realidade virtual age diretamente sobre o sistema nervoso, reduzindo a tensão e a percepção de dor.
Por meio de curtas-metragens de animação – como “O que é câncer?”, “Cirurgias” e “Transfusões de sangue” –, os “amigos imaginários” desvendam as terminologias e os procedimentos que costumam parecer extremamente assustadores às crianças. Como resultado, os pacientes ficam mais fortalecidos emocionalmente para encarar o tratamento.
O QUE A LITERATURA DIZ SOBRE OS BENEFÍCIOS DA REALIDADE VIRTUAL?
Embora a realidade virtual no tratamento de pacientes pediátricos seja uma abordagem recente, sem um campo de estudos estruturado, seu uso já figura nos mais diversos tratamentos.
O estudo Utilização da realidade virtual no tratamento de crianças queimadas, publicado na Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), indica que a utilização de VR durante a troca de curativo de pacientes queimados reduziu 44% a percepção de dor cognitiva e 27% da dor sensorial. Uma revisão integrativa relatada no mesmo estudo demonstra, ainda, redução de 30% na intensidade da dor de procedimentos fisioterápicos em função da atenção dispendida à VR.
Nos Estados Unidos, os óculos de realidade aumentada já foram testados até para a aplicação de vacinas. A pesquisa de Chad Rudnick, médico e professor da Universidade Atlântica da Flórida, demostrou que a dor e o medo foram reduzidos em 94,1% dos pacientes com idades entre 6 e 17 anos. O método, segundo o pesquisador, também é capaz de reduzir a mortalidade e a morbidade de doenças que não são controladas pelo pânico que alguns pacientes têm da agulha e das vacinas.
TÉCNICAS COM REALIDADE VIRTUAL: COMO SE ATUALIZAR?
Depois de apresentarmos esse panorama tecnológico envolvendo a pediatria, é notório que o médico deve estar constantemente atualizado sobre as práticas mais atuais de sua área. E os programas de atualização estão entre as ferramentas indicadas para isso. Existem inúmeras instituições de ensino especializadas na área de Pediatria, como o Secad, que oferece uma série de conteúdos direcionados aos médicos pediatras, chancelados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Elaborados por profissionais conceituados, os materiais primam pelo dinamismo e pela aplicação prática, contribuindo para a capacitação e o desenvolvimento contínuo dos profissionais.