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Pesquisadores encontram modificações teciduais em bebês alimentados com fórmula de soja

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Apesar das modificações não serem preocupantes, pesquisa aponta necessidade de mais estudos sobre uso de fórmulas baseadas em soja na alimentação de bebês.

 

No início do mês, o Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism publicou um impactante estudo do Children’s Hospital of Philadelphia e do Vanderbilt University Medical Center mostrando que bebês alimentados com fórmula de soja apresentaram modificações em tecidos do sistema reprodutivo quando comparados àqueles alimentados com leite de vaca ou materno.

Os achados, apesar de não serem preocupantes em si, indicam que pode haver influências ainda não totalmente compreendidas no uso do fórmula de soja na amamentação.https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=344311576081753&id=227270744452504

 

HÁ ALGUM PROBLEMA COM O FÓRMULA DE SOJA? A MOTIVAÇÃO DO ESTUDO

A motivação do estudo foi o fato da  fórmula soja conter grandes quantidades de componentes similares ao estrogênio, especialmente a genisteína. Tais moléculas ativam diversos receptores de estrogênio no organismo, atuando como mimetizadores do hormônio. Sendo assim, o grupo de pesquisa avaliou se o consumo de  fórmula de soja poderia acarretar em alguma alteração no desenvolvimento dos bebês, correlacionada a um aumento artificial na quantidade de estrogênio no corpo.

“Fórmulas de soja modernas têm sido utilizadas há décadas, e com segurança”, escreveram os autores. “Todavia, nosso estudo observacional encontrou efeitos sutis em tecidos sensíveis ao estrogênio nas crianças alimentadas com fórmula de soja, e nós não sabemos se essas diferenças estão associadas a efeitos de longo prazo na saúde”.

 

MODIFICAÇÕES TECIDUAIS IDENTIFICADAS

O estudo, observacional, realizou o acompanhamento de 283 bebês (proporção 50:50 para meninos e meninas; 70% eram negros) até a 28ª semana de vida, no caso de meninos, e a 36ª semana, no caso das meninas. Foram analisadas células do tecido urogenital das crianças, assim como foram feitas medições por ultrassom do volume uterino, ovariano e testicular. Por fim, exames de sangue avaliaram as concentrações hormonais nas crianças.

As diferenças mais significativas foram observadas nas meninas. Quando comparadas àquelas alimentadas por leite materno ou leite de vaca, as bebês que receberam fórmula de soja mostraram alterações teciduais que correspondiam à exposição a estrogênio exógeno. No caso, foram observados:

  • índice de maturação elevado em células vaginais
  • redução no ritmo de diminuição do volume uterino

“Nós não sabemos se os efeitos observados têm implicações de longo termo na saúde e no desenvolvimento, mas a dúvida merece estudos adicionais”, escreveram os autores. Eles apontam, ainda, que, em caso de dúvidas, a orientação da American Academy of Pediatrics (AAP) ainda é a regra de ouro para as mães: alimentar as crianças com leite materno é a melhor opção.

Nós não sabemos se os efeitos observados têm implicações de longo termo na saúde e no desenvolvimento, mas a dúvida merece estudos adicionais.

Também segundo as diretrizes da AAP, caso a amamentação materna não seja possível, deve-se optar por fórmulas infantis baseadas em leite de vaca, a não ser que a criança apresente problemas em digerir o leite (como galactosemia ou deficiência de lactase).

 

 

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