Otoscopia: Você Realiza Corretamente?

Siga o passo a passo para um exame de otoscopia mais eficiente e correto, ajudando a diagnosticar distúrbios e doenças nos ouvidos.
Otoscopia – quantas vezes por dias realizamos este procedimento, não é mesmo? Apesar de serem incontáveis, muitos ainda realizam da forma incorreta, o que pode acabar dificultando a visualização adequada das estruturas do ouvido. Existem diversas patologias que acometem os ouvidos, e um exame bem realizado é fundamental para o diagnóstico correto.
No exame, devemos realizar:
- a inspeção visual
- palpação do pavilhão auricular e da região pré e retroauricular
- por fim, a otoscopia propriamente dita.
A empatia com o paciente e um ambiente tranquilo colaboram para a realização do exame. Além disso, é claro, vale escolher um momento em que o paciente esteja mais calmo.
- Posição – diversas formas podem ser utilizadas. Para crianças colaborativas, realizar na posição mais confortável. Nas menos colaborativas, tentar com a mãe abraçando a criança, com uma das mãos da mãe segurando tórax e braços e com a outra, a cabeça. Outra forma é colocar a criança deitada de bruços e lateralizar a cabeça, assim conseguimos restringir sua mobilidade e facilitar a contenção.
- Dispositivo – O otoscópio deve ser de boa qualidade, com lâmpada de boa iluminação e pilhas novas. Não se esqueça que as lâmpadas desgastam com o tempo e precisam ser trocadas! As lâmpadas podem ser Halógena, Halógena-Xenon e LED, entre outras, com poder de luminosidade progressivamente maior, nesta ordem. O pneumo-otoscópio permite, além da visualização da membrana timpânica, a avaliação da sua mobilidade. A diminuição da mobilidade geralmente é ocasionada por secreção no ouvido médio. Antes de decidir sua compra, sempre compare a luminosidade do aparelho com outros.
- Tamanho dos espéculos – o tamanho do espéculo é fundamental para a realização da otoscopia. Os espéculos são descartáveis e deveriam ter uso único. A preconização do tamanho adequado para cada idade é:
- 2,5 milímetros – crianças até 3 anos de idade
- 3,0 milímetros – para crianças de 3 anos até cerca de 12 anos de idade
- 4,0 milímetros – crianças mais de 12 anos e adultos
- 5,0 milímetros – adultos com canal muito largo
- Técnica – para melhor visualização da membrana timpânica, às vezes temos de lançar mão de algumas manobras. Para recém-nascidos e lactentes jovens, devemos tracionar o pavilhão auricular inferiormente. Já nas crianças maiores, devemos tracioná-lo postero-superiormente. Assim, retifica-se o conduto auditivo externo, facilitando a introdução do espéculo e melhorando a visualização do conduto e da membrana timpânica.
A membrana timpânica normal é ligeiramente convexa, translúcida, móvel, intacta e reflete a luz do otoscópio em uma pequena área triangular no seu quadrante ântero-inferior.

REMOÇÃO DO CERÚMEN
É comum a presença de cerúmen, o que impede a boa visualização da membrana timpânica. Devemos realizar a sua remoção com cuidado e técnica adequada, evitando, assim, os traumatismos.

Conte sua experiência. Compartilhe conhecimento.
Um comentário